terça-feira, 18 de junho de 2013



Somos Especialistas em Neuróbica e queremos proporcionar-lhe todos os benefícios que esta terapia apresenta!
ü  Sabia que com a Neuróbica pode aprender a alimentar-se melhor? E até perder peso?
ü  Sabia que com a Neuróbica pode aprender a usar as rotinas do seu dia em seu benefício, ganhar tempo, maior organização e diminuir dores de cabeça e stress?
ü  Sabia que com a Neuróbica pode estimular o cérebro dos seus filhos com actividades de baixo custo e muito divertidas?
Quer saber como?


Neuróbica Sénior – Caderno Mensal
Trata-se de um caderno de exercícios da autoria da Dr.ª. Patrícia Moreira. É constituído por 31 exercícios, distribuídos por 31 dias, em que o público sénior é convidado a treinar os vários domínios cognitivos, como a memória, atenção, percepção, funções executivas, praxias, linguagem, entre outros. Organizado na forma de agenda, o sénior poderá registar a hora a que acorda, bem como as tarefas que terá que fazer ao longo do dia como consultas ou uma ida ao supermercado ou mesmo ao ginásio. Tem espaços de registo para medicamentos, nomes de familiares, números de telefones importantes, entre outros registos que são sempre importantes termos por perto.
Todos os dias está agendada uma actividade de Neuróbica que poderá abranger pesquisa na Internet, revistas ou jornais, exercícios de lápis e papel ou uma saída de casa. Trata-se de um desafio aos seus neurónios e promove a boa disposição!

ENCOMENDE!

quarta-feira, 12 de junho de 2013




Pode-se aumentar a inteligência?
A resposta é: SIM!


A inteligência pode ser treinada e enriquecida através de programas de estimulação cerebral e cognitiva. Esses programas incluem terapias nutricionais, adequação de estilo de vida, exercícios mentais e exercícios físicos.
Antes de mais há uma regra que tem de ser seguida: manter o cérebro activo! E isto quer dizer evitar rotinas que automatizam as reacções do cérebro.
Não é apenas fazendo palavras cruzadas que se pode exercitar o cérebro. Estas podem exigir paciência e entediar quem não goste de estar parado a resolver problemas.

Eis uma lista de exemplos do tipo de exercícios que você pode fazer para pressionar o seu cérebro a agilizar-se:

- Desenvolver os lobos frontais do cérebro (envolvidos no planeamento e na criatividade): escreva ou desenhe uma história futurista. Não se preocupe com a qualidade final mas com o exercício. Projecte a sua mente para um mundo imaginário no futuro e invente uma história.

Mais simples ainda: encoste-se num sofá e imagine-se algures no futuro ou num outro planeta. O objectivo é afastar-se do momento presente e do local onde está, usando apenas a imaginação. Quanto mais ricas forem as imagens mentais por si criadas melhor para as células nervosas envolvidas.

- Desenvolver a memória (envolve quase todo o cérebro): sente-se num sofá, comodamente, afaste-se de recordações negativas e reconstrua mentalmente a história da sua infância. Esforce-se por juntar pedaços de recordações e forme uma narrativa coerente. Tente lembrar-se dos cheiros, dos sons, das cores, dos animais, dos locais e das pessoas da sua infância. Procure na internet informações históricas que se deram naquele tempo para se situar nele de uma forma mais completa e rica.

- Desenvolver o hemisfério esquerdo (envolvido nos raciocínios lógicos): não precisa de usar algarismos e números se não simpatiza com matemática. Imagine objectos e mentalmente deforme-os, altere-lhes o peso, a textura (imagine, por exemplo, uma pêra quadrada ou com anéis à volta como no planeta Saturno). Puxe pela imaginação e brinque com formas, pesos, medidas (imagine a sua rua estreitar-se ou estender-se, pense nas implicações no trânsito que tal originaria, etc).

- Desenvolver a percepção (envolve várias áreas sensoriais): pegue num qualquer objecto familiar, feche os olhos e "veja-o" mentalmente utilizando as mãos para detectar a sua textura, peso, forma, ângulos, temperatura. Utilize vários objectos e com os olhos fechados detecte mentalmente as suas diferenças.

- Desenvolver o córtex visual (envolvido na visão): com os olhos fechados escreva num papel o seu nome. Depois, avance para exercícios mais e mais complexos até ser capaz de escrever com os olhos fechados (não se preocupe com a qualidade final, o que interessa é que o seu córtex visual seja levado a um maior esforço e melhore a sua percepção visual).
Experimente!

·       Procure um caminho diferente para voltar a casa, quando sai do trabalho. A descoberta de um novo caminho é uma óptima forma de estimular a energia do seu cérebro e de afinar as suas faculdades, exercitando ambos os hemisférios do cérebro ao mesmo tempo.
·       Pense em 20 palavras começadas pela letra C, em 30 segundos.
·       Em 30 segundos, encontre um antónimo para cada uma das seguintes palavras: feio, forte, grande, feliz, aberto, macio, sucesso, leve, alto, sossegado.
·       Em 60 segundos, descubra um sinónimo para cada uma das seguintes palavras: falador, limpo, discussão, obscurecido, hábito, riqueza, navio, fim, livro.
·       Leia duas vezes em voz alta as oito palavras que se seguem: sol, vitamina, mesa, pêra, gato, faca, sapato, fruta. De seguida, feche os olhos e conte em voz alta de 30 até 0. Depois, tente lembrar-se das palavras na ordem correcta.
·         No decorrer da vida, as células, inclusive as do cérebro, são danificadas pelos radicais livres que levam a uma diminuição no ritmo de produção de energia.

A acção destes componentes compromete a actuação dos neurónios, provocam o desaparecimento das sinapses e reduz a capacidade de comunicação entre as células e dessa forma prejudica o funcionamento mental.

Após anos de exposição aos radicais livres, os neurónios podem ser destruídos e com isso podem provocar doenças como Alzheimer, Parkinson e outras doenças degenerativas do cérebro. Apesar de ainda não existirem estudos conclusivos sobre o assunto, alguns estudos sugerem que a melhor maneira de evitar isso é fornecer ao cérebro mais antioxidantes e assim combater os radicais livres.

A nutrição adequada e mudanças no estilo de vida, inclusive exercícios físicos e mentais podem contribuir bastante com o bom funcionamento do cérebro, além de facilitar a captação dos neurotransmissores essenciais a memória.

Veja a seguir alguns alimentos que podem ajudar você a ter uma boa memória:

Gema de ovo - Contém colina, precursor do neurotransmissor acetilcolina, que pode melhorar a memória. Sua deficiência parece estar associada à doença de Alzheimer, causa comum de demência.

Peixes - Principalmente os de água fria (salmão, anchova, sardinha, atum, arenque), são fontes de ácidos gordos ómega 3, poderoso antioxidante.

Frutas e vegetais amarelos - Mamão, manga, pêssego, cenoura, abóbora. São alimentos fontes de betacaroteno, antioxidante que combate o envelhecimento celular.

Frutas vermelhas - Morango, cereja, framboesa, amora, pitanga, melancia e tomate, também possuem pigmentos antioxidantes que combate os radicais livres e ajudam a memória.

Oleaginosas - castanhas, nozes, amêndoas, avelãs, amendoim. Ricas em vitamina E e selénio, também fontes de antioxidantes.

Carnes, aves, grãos integrais, leguminosas, leite e derivados - Estes alimentos são fontes de vitaminas do complexo B. Ajudam a regular a transmissão entre os neurónios. Na carne vermelha você encontra também o ferro que pode colaborar com a boa memória.

Como você pode perceber vários alimentos são fontes de antioxidantes, então aproveite, tenha uma alimentação variada, consuma todos os grupos alimentares diariamente.

Outras recomendações:
- Aleitamento materno, quando possível até os dois anos de idade; - Procure se alimentar a cada três horas, para manter um adequado aproveitamento de glicose no cérebro;
- Pratique exercícios físicos regularmente, faz bem para o corpo e para a mente;
- Não esqueça do lazer, separe um tempo para você e faça actividades que te proporcionam prazer e bem-estar.
- Faça actividades que estimulem o raciocínio como palavras cruzadas e outros jogos.
                                                  Tenha neurónios mais ágeis!
O poder das proteínas:
As proteínas permitem a transmissão das mensagens entre neurónios!
A maioria dos neurotransmissores é composta por aminoácidos, os componentes das proteínas. Precisamos de ingerir proteínas para assegurarmos um fornecimento contínuo de neurotransmissores. Esta é uma razão das quais aquilo que comemos tem um efeito tão profundo naquilo que pensamos e sentimos.
·       Se comer uma posta de peixe ao almoço, vai sentir-se muito mais alerta e produtiva durante a tarde do que se tivesse comido um prato de massa - isto acontece em parte porque o peixe se vai decompor no aminoácido tirosina, que promove a libertação de noradrenalina e dopamina. Estes neurotransmissores vão mantê-la motivada e concentrada exactamente durante o chamado período de "moleza" do meio da tarde.
·       Só precisa de cerca de duas doses de proteínas por dia para manter o cérebro a funcionar activamente, mas é melhor ingeri-las durante o dia, ao pequeno-almoço, para que possam ajudá-la a manter a concentração elevada quando precisa dela. Guarde o prato de massa ou de arroz para o jantar!
·       Proteínas completas: fornecem os oito aminoácidos e encontram-se no peixe, carne, ovos, queijo, leite e iogurte.
·       Proteínas incompletas: os alimentos como os cereais, legumes, sementes e frutos de casca rija fornecem alguns aminoácidos, mas não todos. Precisam de ser ingeridos em combinação uns com os outros para formarem proteínas completas, temos como exemplo o arroz com feijão!
·         CÉREBRO E APRENDIZAGEM
·         O segredo da aprendizagem reside em nosso cérebro que armazena todas as nossas experiências de vida; emoções; sensações; enfim tudo o que aprendemos na vida.
Nascemos com mais de 100 bilhões de neurónios e com eles vamos até o fim das nossas vidas. Neurónios são as células que impulsionam a actividade cerebral.

Imagine um computador de alta capacidade de armazenagem sem nada lá dentro. Para que serve? Qual a sua utilidade? Ele será muito útil a partir do momento que colocarmos informações dentro dele para utilizá-las quando necessárias. E também este computador devolverá apenas as informações que receber, sem nada criar. A qualidade da informação dependerá da qualidade do conteúdo que colocarmos nos programas disponíveis no computador.
Com o cérebro ocorre mais ou menos a mesma coisa, com a vantagem que seu limite de armazenagem é inesgotável e você pode processar a informação através da linguagem além de colocar emoção e criar uma forma de comunicação adequada ao seu estilo de viver, pensar e interpretar a realidade.

Quando nascemos, os mais de 100 bilhões de neurónios estão lá, mas ainda sem informações e aprendizagens armazenadas ou memorizadas. Vamos crescendo, vendo, ouvindo, sentindo a realidade e começam as formações das redes neurais de conhecimentos.
Quando LEMOS a APRENDEMOS algo novo, novas redes neuronais são formadas e assim vamos enriquecendo nosso modelo de mundo, ou seja, teremos um maior volume de informações para serem processadas e colocadas para o mundo exterior nas diversas formas de comunicação: verbal, escrita, corporal e outras manifestações artísticas.

Assim como é bom fazer exercícios físicos para manter a forma, manter o peso, manter um estado geral de saúde, o cérebro também precisa de exercícios para manter a forma e responder rapidamente quando solicitado. Imagine você sair correndo sem estar preparado ou sem treinar há muito tempo. Todos os músculos e articulações irão doer por vários dias até você entrar no ritmo. O mesmo ocorre com o cérebro. Sem uso ele fica preguiçoso e demora para dar uma resposta quando solicitado.

O cérebro adora actividades diferentes porque assim ele forma novas redes neuronais e aumenta o volume de informações para nos ajudar em todas as decisões. O segredo da aprendizagem é portanto: ler diversos assuntos, memorizar, aprender algo novo mesmo que seja simples, fazer exercícios físicos, treinar no computador, desenvolver um texto simples para treinar a escrever, ouvir músicas e memorizar a letra, treinar cálculos, etc, etc, etc.

Todas estas acções ampliarão a sua rede neuronal porque cada neurónio comunica-se com outros milhares de neurónios ao mesmo tempo. Portando LER E APRENDER FAZEM BEM PARA O CÉREBRO ASSIM COMO FAZER ATIVIDADES FÍSICAS FAZEM BEM PARA O CORPO.
http://www.blogger.com/img/icon18_edit_allbkg.gif
 Centro de Neuróbica do Porto
CRIATIVIDADE E APRENDIZAGEM
NEUROEDUCAÇÃO


A criatividade como parte do desenvolvimento psicológico é um processo que
acompanha o ser humano em toda a sua existência.
Este estudo tem como meta principal destacar o papel da criatividade na constituição do sujeito criança e/ou adolescente, particularmente no contexto da educação básica, questionando o lugar da escola na estimulação do potencial criativo de alunos e alunas, mediante ações desencadeadoras do desejo de experimentar e fazer coisas diferentes e criativas.
Num primeiro momento parece-nos estranho pensar que a criatividade tem um papel muito importante no exercício da aprendizagem. Mas, na verdade, o pensamento criativo ajuda no ato de aprender, muito em especial nas crianças.
Tendo por base teórica a perspectiva contextual-interacionista, destaca-se o papel da criatividade na constituição do sujeito, mediante ações desencadeadoras do desejo de aprender, experimentar, fazer coisas diferentes e criativas, apontando o grande desafio a ser superado.
E, assim, a criatividade torna-se num imperativo de “aprender a ser” como também de “aprender a conviver” com pessoas, contextos e novos saberes de forma interativa, dinâmica e criativa.
Segundo Goethe, “A ação criadora orienta o homem, proporcionando continuidade à sua existência”.
Nos últimos 150 anos, o desenvolvimento da criança foi pensado sob seus diferentes aspectos: físico, emocional, cognitivo, social, atendendo a modelos epistemológicos, por vezes, divergentes entre si, a exemplo da filosofia e da ciência.
Alguns filósofos, já nos séculos XVII e XVIII, debruçaram-se sob questões acerca da natureza humana, sua gênese e evolução. Locke e Hume, empiristas britânicos entendiam que a mente humana constitui-se como um quadro em branco, uma tábula rasa, sendo a experiência e o contato com o meio determinantes do conteúdo psíquico. Nessa linha de raciocínio a história psíquica da criança é a história de suas aprendizagens.
Por outro lado, Rosseau e Kant defenderam a existência de características inatas do ser humano. O primeiro, destaca a bondade natural da criança e uma concepção de infância dividida em estágios, cada um dos quais apresentando características próprias, exigindo tratamento educacional diferenciado; o segundo dá destaque às
categorias inatas do pensamento, considerando a razão dotada de um poder superior e a priori de conhecer.
A tentativa de identificar os diferentes fatores determinantes no complexo processo de desenvolvimento humano permite que, na atualidade, o desenvolvimento psicológico seja entendido como um processo complexo multi-determinado e multi-orientado que considera o contexto bio-psicosocial-cultural a partir de perspectivas e enfoques teóricos diversificados, valorizando o que há de mais relevante em cada proposta.
Numa perspectiva contextualista-interacionista, conforme Palácios, (1995, p.22), “o desenvolvimento infantil é em grande parte a representação interna de
relações interpessoais estáveis que a criança mantém com o meio”, o que não significa dizer que tudo seja reduzido aos processos de aprendizagem, desconsiderando, tampouco, os limites e as possibilidades advindas dos processos de maturação neurofisiológica, muito menos os fatores histórico-culturais nele implicados. Essa flexibilidade permite considerar a ação dos diferentes contextos educacionais (família, escola, comunidade, cultura) sobre o desenvolvimento da criança e do adolescente de forma dinâmica e recíproca, considerando que crianças, adolescentes e contextos transformam-se conjunta e mutuamente.
A cada idade estabelece-se um tipo particular de interações entre o sujeito e o seu ambiente. Os aspectos físicos do espaço, as pessoas próximas, a linguagem e os conhecimentos próprios a cada cultura formam o contexto do desenvolvimento.
A reciprocidade existente entre a conduta da criança e os recursos do ambiente
vai consolidando a aquisição das funções psicológicas superiores (inteligência
simbólica, memorização, consciência, raciocínio dedutivo, pensamento abstrato),
alimentadas pela linguagem e pela cultura.
Trazer o foco de entendimento do processo ou fenômeno psicológico para a relação estabelecida num contexto sócio-cultural possibilita um trabalho de síntese, integrando a criança e o adolescente como corpo e mente, ser biológico e social, membro de uma espécie e participante de um contexto histórico.
Vygotsky também considera que desenvolvimento humano e educação, constituem-se nos dois lados da mesma moeda. É pela educação, através da mediação social, que o indivíduo internaliza a cultura e se constitui humano, desenvolvendo-se de forma dinâmica (dialética), através de rupturas e desequilíbrios provocadores de contínuas reorganizações internas, fundamentais para a expressão do potencial criativo.
Dizer que uma relação é mediada é romper com um modelo linear que predomina no desenvolvimento da ciência psicológica, é afirmar que essa relação estará sempre aberta e em construção, considerando a condição de atribuir significado e construir o conhecimento que o sujeito passa a ter. Ainda para Vygotsky os fatores relacionais assumem um papel de protagonista no processo de construção do conhecimento, tendo a palavra uma grande função enquanto elemento mediador. Para ele, esse processo dá-se tendo por base o cenário ou contexto histórico em que ocorre, não podendo ser reduzido às impressões individuais do sujeito.
Assim, mediar o processo de construção do conhecimento e a aprendizagem no
contexto escolar acaba por ser o grande desafio para o educador/educadora da educação básica.
[...] Se temos um aprendiz que é inteiro, pluridimensional e uma tarefa
educacional que possibilita a interação deste aprendiz com o
conhecimento historicamente construído, para incentivar novas
construções e novos saberes, necessitamos conceber os alunos e alunas
do atual momento histórico como sujeitos capazes de agir sobre o
mundo. Além disso, capazes de permitir que a ação do mundo sobre si
próprios, para que se possa desenvolver como seres humanos, com
disponibilidade para conhecer e transformar o conhecimento, utilizandoo
como instrumento de transformação da realidade. (BARBOSA, 2006,
P.17)
Tal posicionamento requer uma postura mais ativa e atenta do docente frente a
um aprendiz potencialmente capaz e criativo. Essa é uma perspectiva de pensar a
construção do processo criativo atrelada a uma concepção de educação e de ensino que concebe a criança e o adolescente como um sujeito aprendiz pleno de possibilidades e responsabilidades consigo mesmo e com o contexto sócio-histórico no qual estão inseridos.
Para educadores/educadoras uma questão significativa é: como potencializar no
aprendiz a sua criatividade? O que considerar na organização das atividades escolares
propostas para a educação básica?
Segundo Torre (2005), algumas teorias filosóficas, consideradas pré-científicas, atribuíam o processo criativo à ação de forças que escapavam ao controle da vontade do indivíduo, caracterizando-se como loucura, excentricidade, intuição genial, ou ainda como um atributo hereditário ou mesmo divino. Projetava-se assim a criatividade como sendo um talento excepcional apresentado por pessoas também excepcionais, detentoras de uma competência que a caracterizava como diferente, por vezes superior, seja na condição de gênio, louco ou artista.
A tentativa de compreensão do fenômeno criativo numa perspectiva mais
científica aponta para a sua compreensão sob um enfoque mais psicológico remetendo-o a comportamentos e aprendizagens, a processos de conhecimento que atendem a perspectivas afetivas e atitudinais constitutivas de um sujeito imerso na rede de relações sócio-culturais e históricas.
Embora em todo ser humano haja potencial para gerar novas idéias, em algumas pessoas, esta qualidade se destaca por cima de outras, como a inteligência, a sociabilidade, a percepção, a comunicabilidade, a concentração, a empatia, a memória e outras, que podem ser aumentadas mediante a prática ou a educação.
O que nos sugere que a existência de um espírito criativo, longe de reduzir-se a
aspectos imanentes, hereditários ou até místico-religioso, fruto de uma vocação especial ou dom divino, tem como fundamento o domínio de códigos específicos cuja
apropriação potencializa a expressão de idéias e/ou materialização de um ato. O
somatório entre talento, potencial cognitivo e capacidade de criação deve agregar, ainda, o reconhecimento num dado contexto que acolhe e nomeia algo como sendo inovador, excepcional.
A criatividade remete-nos para a consciência de singularidade no ser humano,
constituindo-se uma qualidade de vida. Diz do modo como cada pessoa percebe a sua
realidade e nela se expressa, fazendo escolhas, estabelecendo relações, descobrindo suas possibilidades de ser e agir.
Dentro desta perspectiva, a criatividade está inserida tanto no quotidiano, ao
mesmo tempo que dele emerge, como nas relações interpessoais, no fazer diário do
trabalho escolar, em busca de novas alternativas, de novos desafios. Desse modo pode ser entendida tanto como um ato ou ação espontânea, um processo multideterminado e um modo de expressão no ambiente, constituindo-se, por vezes, numa (do)ação para o coletivo Ser criativo implica lançar mão de subsídios inerentes ao ser humano, ou mesmo desenvolvidos pela ação de estímulos ambientais, sinalizando o esforço sensível, inteligente e enriquecedor, na condução do viver a própria história em seu tempo e contexto.
A criatividade tem também a vantagem de se socializar! Segundo Saturnino de la Torre, “ela deixa de ser um dom, uma capacidade pessoal para se converter num bem social, uma riqueza coletiva. [...] a criatividade está em saber utilizar a informação disponível, em tomar decisões, em ir mais além do que foi aprendido, sobretudo, em saber aproveitar qualquer estímulo do meio para gerar alternativas na solução
de problemas e na busca de qualidade de vida”.
A escola, enquanto contexto educacional configura-se como espaço privilegiado
em que são transmitidos valores, princípios e padrões de comportamento que se espera dos membros de uma dada cultura, onde são construídos e internalizados os conceitos quotidianos e científicos.
A construção do saber na criança não ocorre pelo simples registro de informações a
respeito do mundo, mas pelo significado dado a essas informações. O saber sendo uma construção social é um fenômeno da linguagem que extrapola o campo da simples observação e percepção.
Desse modo, é duplo o desafio à educação formal: levar crianças e adolescentes a
penetrar no mundo da linguagem e fazer da prática pedagógica um lugar da palavra,
onde possam falar, pois é pela circulação da palavra que a significação se constitui. O
saber é palavra e é também ação. Palavra e ação que se expressam e se representam de forma criativa à medida que o saber vai sendo internalizado de forma tácita, integrada à subjetividade do ator social, aqui representado pela criança ou adolescente.
Assim, é preciso que o aprendiz possa viver experiências, faça várias combinações e conexões entre elas, para que se constitua um sujeito capaz de aprender utilizando suas possibilidades imitativas e criativas, capaz de representá-las através de várias linguagens e capaz de compreender, também, através de várias linguagens, a experiência e a vivência do outro, para incorporá-las à sua quando se sentir fascinado por ela.
Na visão de Howard Gardner, “a inteligência da pessoa fornece a base para a criatividade; ela será mais criativa nos campos em que tiver mais energia”, sugerindo que se o educador/educadora partir de uma área significativa de interesse do aprendiz, em muito a dimensão da aprendizagem será favorecida. Ciente dessa relação, o referido autor aponta vários campos em que as inteligências se apresentam, destacando que cada uma, com suas modalidades de expressão, é produto da interação sujeito-ambiente, na estimulação e trocas permanentes
entre um e outro: Linguagem, Matemática e Lógica, Música, Raciocínio Espacial,
Movimento, Inteligência Interpessoal, Inteligência Intrapessoal, etc.